Janina Barbosa compartilhou no Face:
TODO FILHO É PAI DA MORTE DE SEU PAI
NÃO DEIXEM DE LER!
" Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.
É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso.
É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho. É quando aquele pai, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.
É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela - tudo é corredor, tudo é longe.
É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios.
E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.
Todo filho é pai da morte de seu pai.
Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.
E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.
Uma das primeiras transformações acontece no banheiro.
Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro.
A barra é emblemática. A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas.
Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento.
Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.
Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?
Nos arrependeremos dos sofás, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete.
E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.
O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali. "
Fabrício Carpinejar
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Romântico, mas se fossemos mais “racionais” a vida ficaria bem melhor para todos.
UM BOM PAI NÃO VAI QUERER SER ESSE FARDO TODO PARA O FILHO...
A comparação com o “bebê” é muito usada e pura manipulação emocional.
A criança caminha para saúde, bem estar, um corpo cada vez mais resistente, uma mente cada vez mais independente.
Nossa velhice é justamente o oposto...
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😒“Pois é meu amigo..... racional ou emocional neste caso independe....
uma vez que envelhecer faz parte de um processo inevitável e os papéis se invertem ..... e o fato é que UM BOM PAI NÃO QUER SER UM FARDO..... MAS PARA O BOM FILHO ELE NUNCA SERÁ UM PESO ...”
(Comentarista)
Não é o que vejo na minha rotina de trabalho.
A maioria de nós na fase adulta casa, tem filhos, compromissos...
Não é tão simples deixar tudo de lado pra ficar cuidando de um pai muito dependente.
Geralmente mesmo que tenha muitos filhos acaba sobrando para aquele que está “mais disponível”.
A maioria de nós é pobre.
Eu por exemplo não teria como deixar de trabalhar para ficar à disposição dos meus pais.
Iria deixar minhas filhas passando necessidades.
O problema é que valorizam demais esse sentimento “amor”, se iludem que ele pode tornar tudo maravilhoso ... só que não...
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