Já tive muita "esperança" quanto a capacidade da leitura de livros mudar os indivíduos para serem "pessoas melhores".
Porém, empiricamente, os resultados não foram nada satisfatórios.
"Empiricamente" é um advérbio que significa "de modo empírico".
Empírico significa "que se fundamenta na experiência prática".
Portanto, empiricamente significa "baseado na experiência prática".
É um conhecimento que é adquirido através da experiência, da observação, da experimentação.
É um conhecimento que não é baseado em teorias ou conceitos abstratos, mas sim em dados concretos, observáveis.
Exemplo, o conhecimento de que o fogo queima é um conhecimento empírico.
Este conhecimento não é baseado em nenhuma teoria ou conceito abstrato, mas sim na experiência de que, quando colocamos um objeto em contato com o fogo, ele queima.”
Bard
Felipe é um colega muito querido.
Mas nossa relação é um tanto complicada.
Um caso quase perfeito para essa meditação sobre até onde vai a importância da leitura de livros.
Quando o conheci ali por volta de 2012, eu já não tinha mais o hábito de ler livros.
Lia revistas, assinava três da editora Abril; Veja, Exame e Superinteressante.
Felipe lia bastante, andava com livros grossos na mochila.
Me recomendava alguns os quais eu recusava.
Onde entra a complicação na nossa amizade?
Ele é terrivelmente comunista e evangélico.
Eu sou Centro Direita, em 2012 já tinha riscado religião da minha vida, no sentido de frequentar ou me dizer cristão.
Filosofar sobre religião é inevitável, então debatíamos bastante sobre esse assunto.
Observem que "na pratica" são duas pessoas com altíssimo nível de leitura de livros e a leitura adiantou pra quê!?
Tanto eu quanto ele temos grande conhecimento da história da humanidade e no entanto divergimos em coisas essenciais.
O pai do Felipe é professor aposentado da Unicamp, uma pessoa de certo com alto grau de conhecimento, possivelmente leu tantos livros quanto eu e o Felipe.
Me adicionou no Face e pelas postagens dele me parece ateu, mas com certeza é comunista daqueles que idolatram o Inácio.
Esse é só um exemplo entre tantos que eu já vi e convivi.
Essa ideia que a leitura de livros é algo essencial para uma "evolução cultural" … foi uma ideia que descartei faz tempo.
Pela lógica, uma pessoa que lê muitos livros (de temas variados) adquiri muito conhecimento.
Jamais seria comunista, nem ao menos socialista.
Jamais seria um religioso fanático.
Entretanto, pessoas assim não faltam no Brasil e no mundo, independente do nível de leitura seja em livros físicos ou digitais.
Minha desilusão com a leitura começou quando comecei a cursar a faculdade, um ambiente mais acadêmico.
Professores universitários, na minha teoria/expectativa, eram o supra sumo da intelectualidade humana, mas não foi bem o que encontrei.
O problema era eu?
Podia ser.
Eu estava em um ambiente acima da minha capacidade intelectual, acima da minha capacidade de entendimento.
Evidente que comecei a meditar profundamente sobre isso.
Porque a faculdade me entediava tanto!?
Em paralelo li uma reportagem dizendo que se comparados com os brasileiros, os argentinos liam bastante.
Essa matéria foi interessante porque comparar o Brasil com algum país desenvolvido europeu implica em muitas variáveis culturais.
Comparar com um vizinho latino fica um "experimento" mais controlável.
Argentinos se apegaram com unhas e dentes ao Peronismo.
Não foi só nas camadas mais pobres, nem por um pequeno período.
Lá esse movimento é mais forte que o "petismo" no Brasil.
“Brasil e Argentina parecem dois bêbados cambaleantes a cabecear nos postes.”
(Roberto Campos)
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Já encontrei muita gente com pouca leitura que percebe rapidamente o óbvio.
Socialismo e Comunismo são uma furada.
Fanatismos religioso deve ser evitado.
Parece que certos cérebros são programados geneticamente (ou espiritualmente) para funcionar de um jeito, em uma determinada frequência.
Por favor, claro que eu recomendo que todos leiam, que busquem conhecimento nos mais diversos meios.
Apenas cheguei a conclusão que não há razão para eu idolatrar a leitura de livros.
A sabedoria, o bom senso parece não ligar muito para isso.
Vamos para dialética.
Você leitor é do "time do Felipe".
É socialista e muito religioso.
O Felipe é sábio, eu sou o “ingênuo”.
O meu ponto nessa meditação permanece.
Apesar de ler tudo que eu já li a sabedoria, bom senso não chegaram para mim.
Ou seja.
Esperam da leitura de livros muito mais do que ela pode entregar de fato.
(William Robson)
Empiricamente você percebe isso?
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