Comentarista: Lembrei que, anos atrás, câncer era “doença de rico”.
As indústrias miravam em quem tinha poder de compra, verdadeiras cobaias do início do capitalismo supérfluo.
Hoje a pirâmide inverteu: virou ferramenta de mercado.
Farmácia em cada esquina, ultra processado em cada prateleira.
Idosos de 80 anos quase não tomavam remédio… e a gente, com 20, já usa insulina e antidepressivo.
Isso faz sentido?
Patrícia: A expectativa de vida do pobre é menor do que a do rico.
Eram poucos os que chegavam ao 80 anos, e não tomavam remédio porque, provavelmente, nem sabiam se tinham pressão alta ou diabetes.
Aliás, se tivessem, já teriam morrido mesmo ...
Comentarista: É isso que eu estou dizendo, a expectativa de vida do pobre é menor justamente porque a base dele sempre foi precarizada.
Ele morria cedo não porque era “natural”, mas porque não tinha diagnóstico, não tinha nutrição, não tinha descanso, não tinha acesso ao mínimo.
E quando chegava aos 80, chegava porque o corpo ainda não tinha sido envenenado pelo modelo industrial de agora.
E o irônico é que, no fim das contas, não mudou quem desenvolve a doença só mudou quem lucra com ela.
William: Engraçado, você mesma reconheceu que a expectativa de vida aumentou, isso é bom.
A indústria farmacêutica (e o tratamento de esgoto) tem papel importante nisso, tinha que fazer tudo de graça, sem lucro!?
Comentarista: A expectativa de vida aumentou pra quem pode pagar por ela, querido.
Não confunde dado geral com realidade individual.
Eu não estou pedindo que a indústria faça tudo de graça eu estou dizendo que ela transformou a própria sobrevivência humana em modelo de negócios.
Salvar vidas é ótimo.
Capitalizar em cima da doença é outra história.
William: Se aumentou para quem pode pagar por ela ... já é uma ocorrência maravilhosa.
William: Se aumentou para quem pode pagar por ela ... já é uma ocorrência maravilhosa.
Ainda mais porque muita coisa vai barateando e mais pessoas podem pagar.
Veja meu caso, sou hipertenso, se não fosse a Losartana minha qualidade de vida seria péssima, isso se eu ainda estivesse vivo.
Não sei o que as pessoas tem contra "modelo de negócios".
Se eu quero ganhar dinheiro, tenho que fazer algo que as pessoas estejam dispostas a pagar.
Fazer malabarismo no semáforo é um modelo de negócios.
Sério que o cara esta ali só pelo prazer de entreter desconhecidos!?
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