quarta-feira, 23 de abril de 2014

Inspiração


 “Eu vivo à espera de inspiração com uma avidez que não dá descanso.
  Cheguei mesmo à conclusão que escrever é a coisa que mais desejo no mundo, mesmo mais que amor.”
[Clarice Lispector]

   Não vivo à espera de inspiração, não sei por quanto tempo permanecerei nesse estado, mas posso escrever sobre qualquer coisa, tenho preferência por pensamentos ou situações que me provoquem.

  Clarice foi jornalista, contista e *ensaísta.
 
  [*Ensaio é uma obra de reflexão que versa sobre determinado tema, sem que o autor pretenda esgotá-lo, exposta de maneira pessoal ou mesmo subjetiva.
  Ao contrário do estudo, o ensaio não é investigativo, podendo ser impressionista ou opinativo.]

  Se bem que não sou jornalista, não escrevo contos/romances, nem sou ensaísta.

JORNALISMO – Sou consumidor de notícias, gosto de analisar as reportagens e situa-las diante do todo que conheço e/ou observo.
  Óbvio que isso dispensa inspiração, a matéria me chamou atenção, faço comentários.

CONTOS – Como já li muito as pessoas associam isso a uma “adoração” por livros.
  Sinto que provoco uma certa decepção quando não encontram em mim essa paixão.
  Sim, livros, jornais e revistas fizeram muito parte da minha vida porque ... era o que tinha.
  Não sei dizer quantos contos, romances, aventuras já li.
  Entretanto sempre preferi ver histórias na TV ou cinema.
  Por absoluta falta de dinheiro, cinema foi coisa raríssima na minha infância e adolescência.
  As TVs em casa foram horríveis, todas bem usadas, pegava um canal com qualidade, tinha que ir no quintal virar a antena...
  Enfim, livros era a “tecnologia” mais disponível, podia pegar de graça na biblioteca.
  Por fazerem tão parte da minha vida tenho um enorme carinho, mas não “amor/paixão”.
  Exemplo paralelo.
  Se eu vivesse por volta de 1900 provavelmente cavalos, carroças, charretes fariam parte da minha vida, era o que tinha em termos de meios de transportes.
  No entanto, prefiro usar moto, carro, ônibus.

  Tudo isso pra dizer que nunca me interessei em escrever contos.
  Tenho muita criatividade, gostaria de escrever roteiros para filmes, mas é como uma criança pobre nascida no Brasil querer ser piloto de fórmula 1.
  Algo tão distante da realidade que não nos animamos nem em tentar.



ENSAIOS – Não posso me dizer ensaísta, nos meus textos tem muita “investigação” no sentido de pesquisa.
  Não é simplesmente uma opinião (achismo) são argumentações.
  É comum fazerem duras críticas a qualquer texto que escrevo, inclusive com xingamentos.
  Isso acontece tanto que para economizar digitação copio e colo essa frase:

  Argumentos por favor.
  Tem alguma informação errada ou dedução lógica que você discorda?



  Me declaro Filosofo ou Livre Pensador.

  Filosofia pode ser definida como “estudo da vida”.
  (Amor a sabedoria)
  A vida está por toda parte, logo, eu tropeço em inspirações.

  Livre Pensamento é algo mais complexo de definir.
  Ele “surgiu” no Iluminismo.
 (Claro que sempre existiu, mas “na história moderna” se caracterizou como movimento por volta de 1700.)
  Na pratica era uma oposição a Religião e as tradições comportamentais.

  Isso faz mais de 300 anos.
  Tanta coisa aconteceu.

  Me parece que criticar a religião e o comportamento mais convencional (careta) virou tradição 😊.

  Quando em um texto defendo algo na religião ou comportamento tradicional dizem que não sou Livre Pensador por ir contra o movimento original!

  Alguém mais percebe a loucura de tudo isso?

  Caraca!
  O que tenho argumentos para defender, defendo.
  O que não tenho argumentos para defender, critico.
  Vou me prender a obrigatoriedade de criticar alguma coisa porque lá em 1700 criticavam!? 
  Onde estaria o livre pensamento se me prendo a uma tradição de 300 anos!?

Ser Livre Pensador não é fácil 😡



  As inspirações me invadem.
  Nem sei mais se gosto de escrever ou preciso escrever.
  Os textos gritam para serem escritos ... com uma avidez que não me dá descanso.



  Apesar da imagem "dramática" me adaptei as  minhas tempestades mentais, consigo ficar sereno e até me divertir.
  Sabe aquele individuo que bebe a cachaça, faz uma careta terrível e diz satisfeito:
  ESSA É DA BOA!

 É quenemqueeu😊 com a filosofia.





  


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