“Eu vivo à espera de inspiração com uma avidez
que não dá descanso.
Cheguei mesmo à conclusão que escrever é a
coisa que mais desejo no mundo, mesmo mais que amor.”
[Clarice
Lispector]
Não vivo à espera de inspiração, não sei por
quanto tempo permanecerei nesse estado, mas posso escrever sobre qualquer
coisa, tenho preferência por pensamentos ou situações que me provoquem.
Clarice foi jornalista, contista e *ensaísta.
[*Ensaio é uma obra de
reflexão que versa sobre determinado tema, sem que o autor pretenda esgotá-lo,
exposta de maneira pessoal ou mesmo subjetiva.
Ao contrário do estudo, o ensaio não é investigativo, podendo ser impressionista ou
opinativo.]
Se bem que não sou jornalista, não escrevo
contos/romances, nem sou ensaísta.
JORNALISMO – Sou consumidor
de notícias, gosto de analisar as reportagens e situa-las diante do todo que
conheço e/ou observo.
Óbvio que isso dispensa inspiração, a matéria
me chamou atenção, faço comentários.
CONTOS – Como já li muito
as pessoas associam isso a uma “adoração” por livros.
Sinto que provoco uma certa decepção quando
não encontram em mim essa paixão.
Sim, livros, jornais e revistas fizeram muito
parte da minha vida porque ... era o que tinha.
Não sei dizer quantos contos, romances, aventuras
já li.
Entretanto sempre preferi ver histórias na TV
ou cinema.
Por absoluta falta de dinheiro, cinema foi
coisa raríssima na minha infância e adolescência.
As TVs em casa foram horríveis, todas bem usadas,
pegava um canal com qualidade, tinha que ir no quintal virar a antena...
Enfim, livros era a “tecnologia” mais disponível,
podia pegar de graça na biblioteca.
Por fazerem tão parte da minha vida tenho um
enorme carinho, mas não “amor/paixão”.
Exemplo paralelo.
Se eu vivesse por volta de 1900 provavelmente
cavalos, carroças, charretes fariam parte da minha vida, era o que tinha em
termos de meios de transportes.
No entanto, prefiro usar moto, carro, ônibus.
Tudo isso pra dizer que nunca me interessei
em escrever contos.
Tenho muita criatividade, gostaria de
escrever roteiros para filmes, mas é como uma criança pobre nascida no Brasil
querer ser piloto de fórmula 1.
Algo tão distante da realidade que não nos
animamos nem em tentar.
ENSAIOS – Não posso me
dizer ensaísta, nos meus textos tem muita “investigação” no sentido de
pesquisa.
Não é simplesmente uma opinião (achismo) são argumentações.
É comum fazerem duras críticas a qualquer
texto que escrevo, inclusive com xingamentos.
Isso acontece tanto que para economizar
digitação copio e colo essa frase:
Argumentos por favor.
Tem alguma informação errada ou
dedução lógica que você discorda?
Me declaro Filosofo ou Livre Pensador.
Filosofia pode ser definida como “estudo da vida”.
(Amor a sabedoria)
A vida está por toda parte, logo, eu tropeço
em inspirações.
Livre Pensamento é algo mais complexo de definir.
Ele “surgiu” no Iluminismo.
(Claro que sempre existiu, mas “na história
moderna” se caracterizou como movimento por volta de 1700.)
Na pratica era uma oposição a Religião e as
tradições comportamentais.
Isso faz
mais de 300 anos.
Tanta coisa aconteceu.
Me parece que criticar a religião e o comportamento
mais convencional (careta) virou tradição
😊.
Quando em um texto defendo algo na religião ou comportamento
tradicional dizem que não sou Livre Pensador por ir contra o movimento original!
Alguém mais percebe a loucura de tudo isso?
Caraca!
O que tenho argumentos para defender,
defendo.
O que
não tenho argumentos para defender, critico.
Vou me prender a obrigatoriedade de criticar alguma
coisa porque lá em 1700 criticavam!?
Onde estaria o livre pensamento se me prendo
a uma tradição de 300 anos!?
Ser Livre Pensador não é fácil 😡
As inspirações me invadem.
Nem sei mais se gosto de escrever ou preciso
escrever.
Os textos gritam para serem escritos ... com
uma avidez que não me dá descanso.
Apesar da imagem "dramática" me adaptei as minhas tempestades mentais, consigo ficar sereno e até me divertir.
Sabe aquele individuo que bebe a cachaça, faz uma careta terrível e diz satisfeito:
ESSA É DA BOA!
É quenemqueeu😊 com a filosofia.
.
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