sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Fractais

  
 “Podemos viajar por todo o mundo em busca do que é belo, mas se já não o trouxermos conosco, nunca o encontraremos.”
  (Ralph Waldo Emerson)   

   Pessoas a minha volta falam de como é bom viajar, conhecer outros lugares, conhecer outras pessoas.
   Não tenho o que falar porque não me interesso em conhecer novos lugares nem pessoas.
  Quando pude sair um pouco mais de casa tudo era novidade, mas em pouco tempo percebi que as coisas eram “repetitivas”.

  Sem precisar ir a Espanha sei que o mesmo Sol que brilha em Madri, brilha em Campinas.
  A mesma Lua que enfeita o céu de Tóquio no Japão, enfeita o céu de Campinas no Brasil.

  Um dia o pessoal do trabalho me convenceu a ir para cidade turística de Poços de Caldas, me senti "desconcertado" visitando uma praça que tinha relógio solar!!
  Não, não era movido a energia solar (que também não seria nenhuma novidade), era aquele sinalizado pela sombra.

  Visitei um lago de carpas, 10 minutos olhando peixe nadando...

   Visitei a “Cachoeira véu da noiva”, o clima estava seco, o véu era de uma pobreza que dava dó.

  Com tantos lugares bonitos em minha cidade não vejo sentido viajar longe para ver arvore, asfalto, carro, igreja, pracinha, charrete …

  Não tenho necessidade de conhecer pessoas ou fazer amigos, me contento com os que a vida me apresenta naturalmente.

  Prefiro qualidade que quantidade.
  Cada pessoa é um ser tão complexo que nem que passássemos a vida toda juntos eu poderia dizer que “conheço totalmente alguém”.

  Prefiro conhecer bem algumas dezenas de pessoas que me cercam que conhecer vagamente milhares de pessoas em lugares distantes.
  Você pode até não acreditar, mas é muito mais eficiente filosoficamente.
  As pessoas diferem "culturalmente", porem a cultura de um povo (suas crenças, leis, costumes) pode ser facilmente pesquisada em livros.

  Filosoficamente é mais interessante conhecer a essência humana, seus “tipos” e subtipos.

  Ao conhecer com certa profundidade minha esposa e as mulheres a minha volta em sua "essência feminina" por tabela conheço bem todas as fêmeas da humanidade.

  Se eu analiso profundamente um Eucalipto da Lagoa do Taquaral, o Eucalipto do parque Yellowstone (Estados Unidos) não será o mesmo, mas entendendo as características do daqui estarei desvendando muito dos “mistérios” do de lá.
  O “funcionamento” será semelhante, haverá superficialmente uma adaptação ao ambiente, que no caso dos seres humanos é a cultura.

  Credito isso a uma teoria que até agora tem se mostrado consistente.

  A ciência dos fractais apresenta estruturas geométricas de grande complexidade ligadas às formas da natureza, ao desenvolvimento da vida e à própria compreensão do universo.
  São imagens de objetos abstratos que possuem o caráter de onipresença por terem as características do todo infinitamente multiplicadas dentro de cada parte, escapando assim, da compreensão em sua totalidade pela mente humana.”

   Em momento oportuno volto a escrever sobre essa teoria, resumindo ao mínimo entendível seria.

  O todo é a soma das partes, as partes carregam a essência do todo.

  “Metafisicamente” o todo (não raro) acaba sendo maior que a soma das partes, por isso nossa incapacidade de compreensão da totalidade (só sei que nada sei).
  Quer uma ilustração mental?
  Nós cientificamente sabemos todos os elementos que formam um corpo humano (ou acreditamos que sabemos).
  Cerca de 70% de nós é água.
  Se alguém chegasse morto ao hospital, bastaria sanar o dano e “ressuscita-lo”, entretanto, mesmo conhecendo bem todas as partes do nosso corpo, a soma delas resulta em VIDA, algo que vai além da nossa compreensão em sua totalidade.

    



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