terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Família Burguesa

  Não me lembrava bem da história do Primo Basílio, ao fazer uma pesquisa para escrever o texto anterior deparei com isso:

 O Primo Basílio é um romance de Eça de Queiroz.  
 Publicado em 1878, constitui uma análise da família burguesa urbana no século XIX.
  O autor, que já criticara a província em O Crime do Padre Amaro, volta-se agora para a cidade, a fim de sondar e analisar as mesmas mazelas, desta vez na capital: para tanto, enfoca um lar burguês aparentemente feliz e perfeito, mas com bases falsas e igualmente podres.
  A criação dessas personagens denuncia e acentua o compromisso de O Primo Basílio com o seu tempo: a obra deve funcionar como arma de combate social.
  A burguesia — principal consumidora dos romances nessa época — deveria ver-se no romance e nele encontrar seus defeitos analisados objetivamente, para, assim, poder alterar seu comportamento.
  As personagens de O Primo Basílio podem ser consideradas o protótipo da futilidade, da ociosidade daquela sociedade.
[Wikipédia]

  É surpreendente o histórico ataque a “Família burguesa”!

  Resumindo bem toscamente a história, para quem não leu.

  Luísa e Basílio vivem aquele amor juvenil.
  Basílio vai se aventurar pra longe e sem notícias, Luísa perde as esperanças de um dia tornar a vê-lo.
  Nesse interim conhece o engenheiro Jorge, casa com ele e vive bem ... até que por um acaso do destino Basílio volta.
  Por Jorge ser engenheiro (uma atividade nada fútil) tem renda razoável, casa boa, proporciona muito conforto a Luísa, tem até empregados.
  Esse “sucesso” de Jorge caracteriza a família como burguesa e só na família burguesa tem desencontros no amor, traição, tédio, depressão, futilidades ...

  (A “verdadeira felicidade” existe e está nas famílias mais pobres.
  O único e principal problema das famílias pobres é a tirania das famílias burguesas ... acredite quem quiser.)

  Aprendi na escola que o Romantismo começou e acabou no século 19.
  Observo que não, ele ainda está firme e forte no Século 21.

  Ideias românticas permeiam a sociedade brasileira.
 (E da maioria das nações.)

  Ainda bem que temos um maravilhoso território senão estaríamos pior que o Haiti, com nossa cultura glorificando a pobreza e criticando quem almeja alguma estabilidade financeira.
  Criticando os casais que querem dar uma boa base aos filhos.

  Nossa classe média (família burguesa) se enche de culpa.

 Já ouviu a expressão: “Sonho Pequeno burguês.”?

 Basicamente podemos destacar 3 itens:

1 - Estudar e trabalhar para conseguir um bom emprego ou abrir uma empresa.

 Para os críticos: Se preparar para o mercado de trabalho “opressor”

2 - Querer casar com alguém do sexo oposto.

  Para os críticos: Você tem que estar com a “mente aberta” para relações homossexuais; casamento é uma instituição falida.

3 - Querer ter casa própria confortável com bons moveis e eletrodomésticos, um carro na garagem.

  Para os críticos: A propriedade tem que ser coletiva; devemos combater o "fetiche das mercadorias".

  Então ficou assim:

  Todos devemos buscar uma vida "riponga/indígena".
  Esse deve ser nosso “ideal de sociedade”.

  Quem não faz isso é um ser humano "alienado" ou "desprezível".

  Se a pessoa busca o "sonho pequeno burguês" inconsciente, é alienado, condicionada pelo "sistema".

  Se igual a mim busca conscientemente é desprezível.

  Segundo nossos dicionários o antônimo de romântico é realista.
  Eu sou realista.

1 – Não vou mentir que gosto de trabalhar, mas reconheço a necessidade.
  Cada um tem que fazer sua parte para termos acesso a tantos produtos e serviços.
  Em sociedades indígenas e ripongas há pouca diversificação de produtos, baixíssima tecnologia.
  Gosto de adquirir conhecimento então é preciso estudar, e o conhecimento traz avanço cientifico, gosto muito de tudo isso.


2 - Nasci homem, gostar de mulher é natural, respeito outras opções sexuais, mas me sinto confortável com a minha.

3 – Gosto do meu apartamento próprio, dos moveis e eletrodomésticos, do carro na garagem, de dar boa vida para minhas filhas.

  Eu nasci em uma “família romântica”.
  Minha mãe teve 7 filhos sem planejamento nenhum.
  Nunca tiveram imóvel próprio.
  Culpavam o “sistema” (Governo) por todas nossas necessidades.

  Enfim, conheço os dois tipos de famílias.
  A romântica que nasci e a realista que construí (com minha esposa).

  Minha escolha é CONSCIENTE.




  Pela minha vontade desejo que minhas filhas conscientemente optem por construir uma família burguesa “tradicional”, que possam dar um padrão de vida melhor do que tiveram e que NÃO carreguem nenhuma culpa por isso.

  Quem prefere dar prioridade ao “romantismo” ... saudações democráticas.
  (Boa sorte para seus filhos, vão precisar.)



  Uma última provocação:

  O Cristianismo no Brasil (E América Latina) foi predominantemente católico por séculos com forte influência dos Jesuítas.
  Essa ordem no decorrer dos séculos foi exaltando a “pobreza” (desapego a matéria).
  Santo Inácio de Loyola na pratica queria uma sociedade sem nenhum tipo de “luxo”, a “felicidade” está em ter apenas o necessário para sobrevivência ...uma visão romântica da vida.
  Aqui no Brasil culminou com a Teologia da Libertação.

  O avanço do protestantismo pode levar nossa sociedade para uma cultura mais eficiente.

  As bases cristãs americanas foram bem diferentes da nossa.
  Nada do culto a pobreza dos Jesuítas.
  Vejam um exemplo:

  Tudo que uma pessoa recebe, sem que tenha trabalhado, virá necessariamente do trabalho de alguém que não receberá por isso.

  Um governo não pode dar algo a quem quer que seja, que esse mesmo governo não tenha tirado antes de outra pessoa.

  Quando metade da população de um país entende que não precisa trabalhar, porque a outra metade da população cuidará e proverá por ela, a metade que se vê obrigada a prover a outra entenderá que não adianta trabalhar, porque o fruto de seu labor não será seu.
  E esse, meu amigo, é o fim de qualquer nação. Não há como multiplicar a riqueza pela subtração”.

[Pastor Adrian Rogers]












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