Não me lembrava bem da história do Primo
Basílio, ao fazer uma pesquisa para escrever o texto anterior deparei com isso:
O Primo Basílio é um romance
de Eça de Queiroz.
Publicado
em 1878, constitui uma análise da família burguesa urbana no século XIX.
O autor, que já criticara a província em O Crime do Padre Amaro,
volta-se agora para a cidade, a fim de sondar e analisar as mesmas mazelas,
desta vez na capital: para tanto, enfoca
um lar burguês aparentemente feliz e perfeito, mas com bases falsas e
igualmente podres.
A criação dessas personagens denuncia e acentua o compromisso de O Primo
Basílio com o seu tempo: a obra deve funcionar como arma de combate social.
A burguesia — principal consumidora dos romances nessa época — deveria
ver-se no romance e nele encontrar seus defeitos analisados objetivamente,
para, assim, poder alterar seu comportamento.
As personagens de O Primo Basílio podem ser consideradas o protótipo da
futilidade, da ociosidade daquela sociedade.
[Wikipédia]
É surpreendente o histórico ataque a “Família
burguesa”!
Resumindo bem toscamente a história, para
quem não leu.
Luísa e Basílio vivem aquele amor juvenil.
Basílio vai se aventurar pra longe e sem
notícias, Luísa perde as esperanças de um dia tornar a vê-lo.
Nesse interim conhece o engenheiro Jorge,
casa com ele e vive bem ... até que por um acaso do destino Basílio volta.
Por Jorge ser engenheiro (uma atividade nada
fútil) tem renda razoável, casa boa, proporciona muito conforto a Luísa, tem
até empregados.
Esse “sucesso” de Jorge caracteriza a família
como burguesa e só na família burguesa tem desencontros no amor, traição, tédio,
depressão, futilidades ...
(A “verdadeira felicidade” existe e está nas
famílias mais pobres.
O único e principal problema das famílias
pobres é a tirania das famílias burguesas ... acredite quem quiser.)
Aprendi na escola que o Romantismo começou e acabou no
século 19.
Observo que não, ele ainda está firme e forte
no Século 21.
Ideias românticas permeiam a sociedade
brasileira.
(E da maioria das nações.)
Ainda bem que temos
um maravilhoso território senão estaríamos pior que o Haiti,
com nossa cultura glorificando a pobreza e criticando quem almeja alguma
estabilidade financeira.
Criticando os casais que querem dar uma boa
base aos filhos.
Nossa classe média (família burguesa) se
enche de culpa.
Já ouviu a expressão: “Sonho Pequeno burguês.”?
Basicamente podemos destacar 3 itens:
1
- Estudar e trabalhar para conseguir um bom emprego ou abrir uma empresa.
Para os críticos: Se preparar para o mercado
de trabalho “opressor”
2
- Querer casar com alguém do sexo oposto.
Para os críticos: Você tem que estar com a
“mente aberta” para relações homossexuais; casamento é uma instituição falida.
3
- Querer ter casa própria confortável com bons moveis e eletrodomésticos, um
carro na garagem.
Para os críticos: A propriedade tem que ser
coletiva; devemos combater o "fetiche das mercadorias".
Então ficou assim:
Todos devemos
buscar uma vida "riponga/indígena".
Esse deve ser nosso “ideal de sociedade”.
Quem não faz isso é um ser humano
"alienado" ou "desprezível".
Se a pessoa busca o
"sonho pequeno burguês" inconsciente, é alienado, condicionada pelo
"sistema".
Se igual a mim
busca conscientemente é desprezível.
Segundo nossos dicionários o antônimo de romântico
é realista.
Eu sou realista.
1 – Não vou mentir que
gosto de trabalhar, mas reconheço a necessidade.
Cada um tem que fazer sua parte para termos
acesso a tantos produtos e serviços.
Em sociedades indígenas e ripongas há pouca
diversificação de produtos, baixíssima tecnologia.
Gosto de adquirir conhecimento então é
preciso estudar, e o conhecimento traz avanço cientifico, gosto muito de tudo
isso.
2 - Nasci homem,
gostar de mulher é natural, respeito outras opções sexuais, mas me sinto confortável
com a minha.
3 – Gosto do meu
apartamento próprio, dos moveis e eletrodomésticos, do carro na garagem, de dar
boa vida para minhas filhas.
Eu nasci em uma “família romântica”.
Minha mãe teve 7 filhos sem planejamento
nenhum.
Nunca tiveram imóvel próprio.
Culpavam o “sistema” (Governo) por todas
nossas necessidades.
Enfim, conheço os dois tipos de famílias.
A romântica que nasci e a realista que construí
(com minha esposa).
Pela minha vontade desejo que minhas filhas
conscientemente optem por construir uma família burguesa “tradicional”, que possam
dar um padrão de vida melhor do que tiveram e que NÃO carreguem nenhuma culpa
por isso.
Quem prefere dar prioridade ao “romantismo”
... saudações democráticas.
(Boa sorte para seus filhos, vão precisar.)
Uma última provocação:
O Cristianismo no Brasil (E América Latina)
foi predominantemente católico por séculos com forte influência dos Jesuítas.
Essa ordem no decorrer dos séculos foi
exaltando a “pobreza” (desapego a matéria).
Santo Inácio de Loyola na pratica queria uma
sociedade sem nenhum tipo de “luxo”, a “felicidade” está em ter apenas o necessário
para sobrevivência ...uma visão romântica da vida.
Aqui no Brasil culminou com a Teologia da Libertação.
O avanço do protestantismo pode levar nossa
sociedade para uma cultura mais eficiente.
As bases cristãs americanas foram bem
diferentes da nossa.
Nada do culto a pobreza dos Jesuítas.
Vejam um exemplo:
❖
Tudo que uma pessoa recebe, sem que tenha trabalhado, virá necessariamente do
trabalho de alguém que não receberá por isso.
❖ Um governo não pode dar algo a quem quer que seja,
que esse mesmo governo não tenha tirado antes de outra pessoa.
❖ Quando metade da população de um país entende que não
precisa trabalhar, porque a outra metade da população cuidará e proverá por
ela, a metade que se vê obrigada a prover a outra entenderá que não adianta
trabalhar, porque o fruto de seu labor não será seu.
E esse, meu amigo, é o fim de
qualquer nação. Não há como multiplicar a riqueza pela subtração”.
[Pastor Adrian Rogers]
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