quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Feudalismo

   

 “O Feudalismo foi um modo de organização social e político baseado nas relações servo-contratuais (servis).
   Tem suas origens na decadência do Império Romano.
   Predominou na Europa durante a Idade Média.
   Segundo o teórico escocês do Iluminismo, Lord Kames, o feudalismo é geralmente precedido pelo nomadismo e sucedido pelo capitalismo em certas regiões da Europa.”




  Hoje passo mais tempo escrevendo, mas antes disso li muiiiiito.
  História da Grécia, Roma, Egito, Pérsia, Impérios, Sistemas de Governos e Econômicos, Livros Sagrados, guerras, crises, avanços tecnológicos…enfim me interessei pelos mais diversos assuntos.

  Grande conhecedor da História, certas coisas que lia me incomodavam demais.

  Ou por não ser coerente com o que eu sabia da história ou (pior que isso), induziam outras pessoas a uma interpretação ... “questionável”.
  Vejam bem, não estou dizendo que a “minha” interpretação é a verdade absoluta.
  Apenas sugiro que ao analisar a História pesquisemos mais antes de acreditar que o que está em um livro é a “verdade verdadeira”.

  O trecho em destaque da Wikipédia é um bom exemplo.


 Para “Lord Kames, o feudalismo é geralmente precedido pelo nomadismo e sucedido pelo capitalismo em certas regiões da Europa.”


  Não dá pra dizer que ele está errado porque na oração tem as palavras “geralmente” e “certas”.
  Ele NÃO está afirmando que sempre acontece dessa forma.

  Para quem NÃO conhece história fica mais ou menos assim a “verdade”.
  (Aquele aluno que está lendo o livro adotado pela escola)

  Nomadismo → Feudalismo → Capitalismo

  Porém, para quem conhece história ... fica confuso.
  O próprio texto se contradiz.
  O Feudalismo surgiu da decadência do Império Romano?
  Não dá para dizer que romanos (e todas as áreas conquistadas) eram nômades.
  Logo, o que precedeu o Feudalismo na Europa não foi o nomadismo.

  E o que veio depois?


  Mercantilismo.
  É o nome dado a um conjunto de práticas econômicas desenvolvido na Europa na Idade Moderna, entre o século 15 e o final do século 18.

  Caracterizou-se por uma forte intervenção do Estado na economia.

  Consistiu numa série de medidas tendentes a unificar o mercado interno e teve como finalidade a formação de fortes Estados-nacionais.
  É possível distinguir três modelos principais: balança comercial favorável, pacto colonial e protecionismo.
   Segundo William Holman Hunt, o mercantilismo originou-se no período em que a Europa estava a passar por uma grave escassez de ouro e prata, não tendo, portanto, dinheiro suficiente para atender ao volume crescente do comércio.
  As políticas mercantilistas partilhavam a crença de que a riqueza de uma nação residia na acumulação de metais preciosos (ouro e prata), advogando que estes se atrairiam através do incremento das exportações e da restrição das importações (procura de uma balança comercial favorável).
  Essa crença é conhecida como bulionismo ou metalismo.
  O Estado desempenha um papel intervencionista na economia, implantando novas indústrias protegidas pelo aumento dos direitos alfandegários sobre as importações, (protecionismo), controlando os consumos internos de determinados produtos, melhorando as infra-estruturas e promovendo a colonização de novos territórios (monopólio), entendidos como forma de garantir o acesso a matérias-primas e o escoamento de produtos manufaturados.
  A forte regulamentação da economia pelo mercantilismo será contestada na segunda metade do século 18 por François Quesnay.
 Wikipédia - Link



  É importantíssimo para uma filosofia de qualidade ter muito conhecimento histórico.
  Senão suas deduções são “castelos de areia”.

  Didaticamente dividimos a história da humanidade em fases para facilitar o entendimento.
  Mas é obvio que as coisas não mudam do dia para noite, nem de um ano para outro.
  Observem que muitas fotos e fatos espalhados pela Internet e aprendido nas escolas se referem ao MERCANTILISMO, mas nos é passado como se fosse do CAPITALISMO.   

  Não sei como podemos simplesmente ignorar o Mercantilismo?
  Até porque (tal qual o Romantismo) ele ainda é a “base cultural” da maioria das nações.
  Olhem o caso da China.
  Uma enorme intervenção estatal para garantir que ocorra mais exportações que importações, a fim de acumular divisas.
  Em maior ou menor grau todos fazem isso.
  Brasil, Estados Unidos, México, Canadá...
  Os “mercados comuns” como União Europeia e Mercosul (entre outros) tentam sair da era do Mercantilismo, mas como vemos é bem complicado.
  Precisa uma mudança de cultura MUNDIAL, a humanidade precisa passar por essa evolução que depende do entendimento de cada cidadão, isso leva tempo.

  Uma evolução que já alcançamos é o “fim” do colonialismo.
  Um país invadir militarmente outro para ter acesso a suas matérias primas.
  Evidente que isso ainda acontece, mas em proporções ínfimas em relação ao passado.
  Quem duvida estude o próprio Império Romano ou mais recentemente a grande expansão de Portugal e Espanha ... os colonizadores da América Latina.

  Deixa eu tentar finalizar essa meditação senão vira um livro ... 


  Na maior parte da história da humanidade a civilização economicamente se dividiu entre a elite dominante e a plebe.

 O Rei, Faraó, Imperador e sua corte (elite).
 Os súditos (plebe).

  O feudalismo era bem isso, o rei e o “partidão” (senhores feudais) donos de todo meio de produção e poder decidindo como deve ser a vida do “homem comum”.



  A nação/território pertencia ao Rei.
  Para fazer uso da terra você teria que pedir permissão a Vossa Majestade e pagar-lhe os devidos impostos.
  O Senhor Feudal era um "sub rei", que dependendo do momento era mais "temido" que o rei de fato.

  Percebe que a propriedade não era sua, era do “Estado”.
(No passado esse nome/conceito não existia)

  E o Estado era do Rei e sua corte.
 (O partidão único)

  Com tão pouco incentivo a produção, o homem comum não via razão para produzir EXCEDENTES pois esses sempre iriam para o Estado (Rei ou Senhor feudal, o jeito era ir SUBSISTINDO.

  Como as nações prosperavam?

  Saqueando outras nações, já que a produção de riqueza era tão ineficiente, escravizar outros povos e ocupar suas terras era o mais “lógico” a ser feito, “dominar para não ser dominado”.

  Lemos nos livros que espanhóis invadiram o Império Asteca.
  Mas quem acredita que os Astecas ficariam para sempre acomodados na América!?
  Em algum momento eles também partiriam para outro continente e se encontrassem facilidade para dominar, seria o que fariam, como fizeram com tantas outras tribos a sua volta.
  Ou você acredita que o IMPÉRIO Asteca foi criado na base do diálogo e amor...


  “Costumeiramente considerado um dos povos mais sanguinários que se tem notícia, o Império Asteca realizou sacrifícios religiosos como verdadeiras megaproduções a partir do alto dos seus templos-pirâmides, onde toda a cidade parecia tomar parte como testemunha.
   Homens, mulheres e até crianças eram usados nos rituais que poderiam durar dias.
   Astecas - Link








 

  


  

  Conheço todas essas histórias, mas em algum texto escrevi sobre o exagero a respeito do “mal cheiro”.
  Não que ele não existia, mas crescendo nesse ambiente a adaptação era inevitável.
  Não incomodava tanto como nos incomoda hoje.

   Exemplo:
   Quem nasce em países com inverno rigoroso é mais resistente a baixas temperaturas que nós que moramos em um país tropical.
   Onze graus como está nesse momento é “verão” na Islândia.
   Imagine essa população em um calor de 30 graus, algo bem suportável para nós.