“O Feudalismo foi um modo de organização social e político baseado nas
relações servo-contratuais (servis).
Tem suas origens na decadência
do Império Romano.
Predominou na Europa durante a
Idade Média.
Segundo o teórico escocês do
Iluminismo, Lord Kames, o feudalismo é geralmente precedido pelo nomadismo e
sucedido pelo capitalismo em certas regiões da Europa.”
Hoje passo mais tempo escrevendo, mas antes
disso li muiiiiito.
História da Grécia, Roma, Egito, Pérsia,
Impérios, Sistemas de Governos e Econômicos, Livros Sagrados, guerras, crises,
avanços tecnológicos…enfim me interessei pelos mais diversos assuntos.
Grande conhecedor da História,
certas coisas que lia me incomodavam demais.
Ou por não ser coerente com o que eu sabia da
história ou (pior que isso), induziam outras pessoas a uma interpretação ... “questionável”.
Vejam bem, não estou dizendo que a “minha”
interpretação é a verdade absoluta.
Apenas sugiro que ao analisar a História
pesquisemos mais antes de acreditar que o que está em um livro é a “verdade
verdadeira”.
O trecho em destaque da Wikipédia é um bom
exemplo.
Para “Lord Kames, o feudalismo é
geralmente precedido pelo nomadismo e sucedido pelo capitalismo em certas
regiões da Europa.”
Não dá pra dizer que ele está errado porque
na oração tem as palavras “geralmente” e “certas”.
Ele NÃO está afirmando que sempre acontece
dessa forma.
Para quem NÃO conhece história fica mais ou
menos assim a “verdade”.
(Aquele aluno que está lendo o livro adotado
pela escola)
Nomadismo → Feudalismo → Capitalismo
Porém, para quem conhece história ... fica
confuso.
O próprio texto se contradiz.
O Feudalismo surgiu da decadência do Império
Romano?
Não dá para dizer que romanos (e todas as áreas
conquistadas) eram nômades.
Logo, o que precedeu o Feudalismo na Europa
não foi o nomadismo.
E o que veio depois?
Mercantilismo.
É o nome dado a um
conjunto de práticas econômicas desenvolvido na Europa na Idade Moderna, entre
o século 15 e o final do século 18.
Caracterizou-se por uma forte intervenção do Estado na
economia.
Consistiu numa série de medidas tendentes a
unificar o mercado interno e teve como finalidade a formação de fortes
Estados-nacionais.
É possível distinguir três modelos
principais: balança comercial favorável, pacto colonial e protecionismo.
Segundo William Holman Hunt, o mercantilismo
originou-se no período em que a Europa estava a passar por uma grave escassez
de ouro e prata, não tendo, portanto, dinheiro suficiente para atender ao volume
crescente do comércio.
As políticas mercantilistas partilhavam a
crença de que a riqueza de uma nação residia na acumulação de metais preciosos
(ouro e prata), advogando que estes se atrairiam através do incremento das
exportações e da restrição das importações (procura de uma balança comercial
favorável).
Essa crença é conhecida como bulionismo ou
metalismo.
O Estado desempenha um papel intervencionista
na economia, implantando novas indústrias protegidas pelo aumento dos direitos
alfandegários sobre as importações, (protecionismo), controlando os consumos
internos de determinados produtos, melhorando as infra-estruturas e promovendo a
colonização de novos territórios (monopólio), entendidos como forma de garantir
o acesso a matérias-primas e o escoamento de produtos manufaturados.
A forte regulamentação da economia pelo
mercantilismo será contestada na segunda metade do século 18 por François
Quesnay.
Wikipédia - Link
É importantíssimo para uma filosofia de
qualidade ter muito conhecimento histórico.
Senão suas deduções
são “castelos de areia”.
Didaticamente dividimos a história da
humanidade em fases para facilitar o entendimento.
Mas é obvio que as coisas não mudam do dia
para noite, nem de um ano para outro.
Observem que muitas fotos e fatos espalhados
pela Internet e aprendido nas escolas se referem ao MERCANTILISMO, mas nos é passado
como se fosse do CAPITALISMO.
Não sei como podemos simplesmente ignorar o
Mercantilismo?
Até porque (tal qual o Romantismo) ele ainda
é a “base cultural” da maioria das nações.
Olhem o caso da China.
Uma enorme intervenção estatal para garantir
que ocorra mais exportações que importações, a fim de acumular divisas.
Em maior ou menor grau todos fazem isso.
Brasil, Estados Unidos, México, Canadá...
Os “mercados comuns” como União Europeia e
Mercosul (entre outros) tentam sair da era do Mercantilismo, mas como vemos é
bem complicado.
Precisa uma mudança de cultura MUNDIAL, a
humanidade precisa passar por essa evolução que depende do entendimento de cada
cidadão, isso leva tempo.
Uma evolução que já alcançamos é o “fim” do
colonialismo.
Um país invadir militarmente outro para ter
acesso a suas matérias primas.
Evidente que isso ainda acontece, mas em
proporções ínfimas em relação ao passado.
Quem duvida estude o próprio Império Romano
ou mais recentemente a grande expansão de Portugal e Espanha ... os
colonizadores da América Latina.
Deixa eu tentar finalizar essa meditação
senão vira um livro ...
Na maior parte da história da humanidade a civilização economicamente se
dividiu entre a elite dominante e a plebe.
O Rei, Faraó, Imperador e sua corte (elite).
Os súditos (plebe).
O feudalismo era
bem isso, o rei e o “partidão” (senhores feudais) donos de todo meio de produção e poder decidindo
como deve ser a vida do “homem comum”.
A nação/território pertencia ao Rei.
Para fazer uso da terra você teria que pedir permissão a
Vossa Majestade e pagar-lhe os devidos impostos.
O Senhor Feudal era um "sub rei", que dependendo do momento era mais "temido" que o rei de fato.
Percebe que a
propriedade não era sua, era do “Estado”.
(No passado esse
nome/conceito não existia)
E o Estado era do Rei e sua corte.
(O partidão único)
Com tão pouco
incentivo a produção, o homem comum não via razão para produzir EXCEDENTES pois
esses sempre iriam para o Estado (Rei ou Senhor feudal, o jeito era ir SUBSISTINDO.
Como as nações
prosperavam?
Saqueando outras
nações, já que a produção de riqueza era tão ineficiente, escravizar outros
povos e ocupar suas terras era o mais “lógico” a ser feito, “dominar para não
ser dominado”.
Lemos nos livros que espanhóis invadiram o Império
Asteca.
Mas quem acredita que os Astecas ficariam
para sempre acomodados na América!?
Em algum momento eles também partiriam para
outro continente e se encontrassem facilidade para dominar, seria o que fariam,
como fizeram com tantas outras tribos a sua volta.
Ou você acredita que o IMPÉRIO Asteca foi
criado na base do diálogo e amor...
“Costumeiramente considerado um
dos povos mais sanguinários que se tem notícia, o Império Asteca
realizou sacrifícios religiosos como verdadeiras megaproduções a partir do alto
dos seus templos-pirâmides, onde toda a cidade parecia tomar parte como
testemunha.
Homens, mulheres e até crianças eram usados nos rituais que poderiam
durar dias.
Astecas - Link
E o Capitalismo? - Link
Conheço todas essas histórias, mas em algum texto escrevi sobre o exagero a respeito do “mal cheiro”.
Não que ele não existia, mas crescendo nesse ambiente a adaptação era inevitável.
Não incomodava tanto como nos incomoda hoje.
Exemplo:
Quem nasce em países com inverno rigoroso é mais resistente a baixas temperaturas que nós que moramos em um país tropical.
Onze graus como está nesse momento é “verão” na Islândia.
Imagine essa população em um calor de 30 graus, algo bem suportável para nós.
Não que ele não existia, mas crescendo nesse ambiente a adaptação era inevitável.
Não incomodava tanto como nos incomoda hoje.
Exemplo:
Quem nasce em países com inverno rigoroso é mais resistente a baixas temperaturas que nós que moramos em um país tropical.
Onze graus como está nesse momento é “verão” na Islândia.
Imagine essa população em um calor de 30 graus, algo bem suportável para nós.